A Clínica-Escola de Nutrição da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Realeza celebra, neste ano, uma década desempenhando um papel fundamental na promoção da saúde através de uma alimentação balanceada.
Desde a inauguração, em 2014, a atuação de acadêmicos, professores do curso de Nutrição e de técnicos administrativos em educação impactam positivamente a vida dos moradores de áreas urbanas e rurais de Realeza e cidades vizinhas.
Os atendimentos no local são realizados de maneira individualizada e em grupos específicos, abrangendo avaliação e diagnóstico nutricional para todos os ciclos de vida. A clínica também absorve pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), contribuindo significativamente para a rede de atenção primária à saúde local.
Um decênio de serviço à comunidade
Prevenir doenças e abordar questões de saúde por meio do acompanhamento nutricional são os principais objetivos da Clínica-Escola de Nutrição. Nos últimos dez anos, foram realizados 2.430 atendimentos iniciais, com um total estimado de 12.150, considerando a média de consultas de retorno. Apenas no ano passado, foram 116 novos pacientes atendidos, um total de 580 consultas quando considerados os retornos.
Entre os pacientes atendidos, está o representante comercial Eduardo Gonçalves Mendes, de 33 anos. Por indicação de uma aluna do curso de Nutrição UFFS, durante um treino na academia, ele procurou auxílio para ter um estilo de vida mais saudável, especialmente, por conta da obesidade. Naquela época, Eduardo pesava 154 quilos. “Minha rotina alimentar era horrível, sem horário para as refeições e comia de tudo”, comentou. Ao iniciar o tratamento, o morador de Realeza recebeu orientações e cardápios alimentares adequados às suas necessidades.
“A mudança foi fácil, pois a maioria dos alimentos do cardápio já consumia em casa”, lembrou. Os resultados começaram a aparecer no primeiro mês “As roupas que usava ficaram grandes, com o tempo cheguei a pesar 91 quilos. Hoje recebo orientações para o ganho de massa muscular”, atualmente ele está com 108 quilos.
Acadêmica de Nutrição Shaianne Piton Hartmann no atendimento às crianças com Transtorno do Espectro Autista (UFFS/Divulgação).
Outra paciente é a auxiliar de saúde bucal Ana Rosa Pivetti de Almeida Penteado, de 50 anos. No final de 2022, ela decidiu fazer a cirurgia bariátrica, popularmente conhecida como “redução do estômago”, que muda o tamanho original desse órgão, ajudando na redução da capacidade de receber alimentos. “Eu pesava 106 quilos, fiz a cirurgia pelo SUS e hoje estou com 64 quilos”. Ao longo desse período, a paciente recebeu orientações nutricionais que a ajudaram no processo pré e pós-cirúrgico.
“Hoje não tenho mais dislipidemia [doença que se caracteriza pelos altos níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue], não sou mais pré-diabética e a dosagem de hormônio da tireoide também diminuiu. Posso dizer que tenho uma qualidade de vida melhor, primeiramente, graças às professoras e às estagiárias da clínica, sem as orientações delas não conseguiria passar pelo processo”, destacou.Antes do processo cirúrgico, Ana já havia feito várias tentativas para emagrecer, inclusive foi uma das primeiras pacientes na abertura da Clínica-Escola de Nutrição, em 2014.
“Logo que comecei o tratamento, depois de uns oito meses, tive um bom resultado, mas entrei no estágio platô”, disse Ana. Esse é um obstáculo comum para quem está em busca de um emagrecimento saudável, a perda de peso fica estagnada, mesmo quando se cumpre toda a rotina alimentar para diminuir o peso.
A coordenadora da Clínica-Escola de Nutrição, Márcia Fernandes Nishiyama, explica que o estágio platô pode ser difícil de ser superado para alguns pacientes. “A tendência é sempre o corpo desejar retornar ao peso máximo apresentado pelo paciente, em algum momento, isso afeta a perda de peso.
Além disso, em casos de que a perda de peso não foi suficiente para a melhora dos exames laboratoriais, torna-se necessário, quando houver indicação médica, a cirurgia bariátrica como uma possível alternativa para o controle da obesidade e de suas doenças relacionadas.
Vale destacar que para além da educação alimentar, a prática de atividade física é essencial para evitar o efeito platô”, detalhou.Educação, pesquisa e extensãoA Clínica é ainda um espaço de ensino e para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e extensão, permitindo que estudantes do curso de Nutrição da UFFS apliquem seus conhecimentos de forma prática e colaborativa.
A coordenadora, professora Márcia Fernandes Nishiyama, explica que os estudantes realizam o estágio supervisionado em Nutrição Clínica Ambulatorial, atendendo pacientes com a supervisão da nutricionista que compõe a equipe técnica e orientação de professores nutricionistas da área clínica da UFFS.
Nos estágios, os estudantes vivenciem a prática profissional e desenvolvem habilidades essenciais para a formação. “A celebração dos 10 anos é um marco importante para o curso de Nutrição e seus estudantes, pois reafirma o compromisso da Instituição com a excelência no ensino, pesquisa e extensão, além de oferecer atendimento qualificado e gratuito à comunidade.
Ao longo do tempo, conseguimos contribuir com o bem-estar da população, assim como formar profissionais capacitados e comprometidos com a ciência da nutrição”, destacou Márcia.
A acadêmica da 9ª fase de Nutrição Shaianne Piton Hartmann é bolsista no projeto de extensão voltado ao atendimento nutricional de crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista (TEA).
Mãe de um menino de quase três anos de idade com TEA, a estudante conhece os desafios para criar uma rotina estável e acolhedora, “poder contribuir academicamente com as famílias é algo muito gratificante, pois cada paciente tem suas particularidades”, comentou. Entre as técnicas de atendimento, Shaianne falou sobre a importância de respeitar a autonomia da criança.
“Quando percebemos que o paciente não está se sentindo confortável, damos espaço e buscamos interagir com o hiperfoco dele. Até hoje tivemos êxito em todos os atendimentos, com feedbacks positivos das famílias”, comentou.
O interesse pela nutrição esportiva motivou o acadêmico da 5ª fase Pedro Lucas Vogt a participar como bolsista no projeto de extensão de Atenção Nutricional de Atletas. As atividades iniciaram no mês de maio, o objetivo é estruturar os diagnósticos em nutrição e definir intervenções para melhorar o desempenho esportivo.
“O que mais me atraiu foi exatamente essa oportunidade de vivenciar na prática o atendimento aos atletas de futebol, o desenvolvimento pessoal e técnico mútuo, a criação de vínculos e a imersão na rotina do profissional nutricionista”, detalhou.
Atendimento
Ofertando atendimento gratuito à população, a Clínica-Escola de Nutrição está em nova sede, localizada em frente ao Bloco A, na Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Realeza, na Avenida Edmundo Gaievski, nº 1.000.
O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30. O agendamento das consultas pode ser realizado pelo telefone whatsApp (46) 3543-8499. Para a primeira consulta, é importante que o paciente leve um documento de identificação, exames bioquímicos recentes, caso os tenha, e encaminhamento médico (se for o caso).
Fonte: UFFS.EDU
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