Em comemoração ao Dia Mundial da Água, celebrado no dia 22 de março, os participantes do Projeto Icatu apresentaram um primeiro diagnóstico sobre a qualidade da água de rios pertencentes à Bacia Hidrográfica do Baixo Iguaçu. O projeto é desenvolvido pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Realeza e o Instituto Federal do Paraná (IFPR) – Campus Capanema e busca incentivar a preservação ambiental através da prática de monitoramento participativo, promovendo a melhoria da gestão dos recursos hídricos.
Estudantes dos cursos técnicos de Cooperativismo, Agroecologia e Informática do IFPR – Campus Capanema realizaram o monitoramento piloto em quinze pontos, abrangendo riachos e córregos nas áreas urbanas e rurais das cidades de Capanema, Planalto, Bela Vista da Caroba e Pérola D' Oeste. O resultado das análises indicou que, na maioria dos pontos, a água foi considerada moderadamente poluída. As coletas de materiais para análise ocorreram nos meses de maio e junho do ano passado, sendo o primeiro diagnóstico divulgado no I Fórum do Projeto Icatu, realizado na última quarta-feira (22).
A professora da UFFS Gilza Maria de Souza Franco, uma das coordenadoras do projeto, explicou que essa foi a primeira etapa de análise, sendo necessário um monitoramento mais contínuo. “Os resultados refletem as condições ambientais da região que, na maioria dos corpos d'água, possui escassa mata ciliar, facilitando a entrada de poluentes na água. O local com pior qualidade dos ambientes avaliados foi a localidade de Três Angicos, em Capanema. No entanto, também foi identificado rios com boa qualidade em Pérola D' Oeste e Capanema”, comentou.
A qualidade da água foi monitorada por meio da coleta de caracóis, libélulas, minhocas, sanguessugas, larvas de insetos, entre outros organismos considerados bioindicadores, também foram feitas as análises físicas e químicas da água utilizando kits colorimétricos.
Entre os participantes do projeto, está a estudante do curso técnico em Cooperativismo, Joana Führ, de 18 anos, que foi responsável pelo monitoramento do córrego que corta a pista de caminhada, às margens da PR-281, na cidade de Planalto. “Por ser uma cidade pequena, achava que a qualidade da água seria muito boa, porém é possível notar algumas perturbações que demonstram a falta de medidas para diminuir os impactos ambientais”. No local, a estudante encontrou organismos resistentes, especialmente, da ordem diptera, neste grupo de insetos estão os mosquitos e borrachudos. Esse bioindicador confirma a condição ruim da água.
Porém, o projeto também revelou pontos em que a água possui boa qualidade, como é o caso do Rio Lageado Grande, localizado no município de Pérola D' Oeste. O ponto escolhido fica na comunidade rural de Santos Anjos, já a análise foi realizada pelo estudante do curso técnico de Informática, Guilherme Ziliotto Pavanelo, de 17 anos. “Para mim, foi uma experiência nova. Quando começou a prática, percebi que o projeto contribuiria na minha formação como cientista cidadão, além de ajudar e auxiliar na preservação dos nossos recursos hídricos”, destacou.
A professora do IFPR Sara Regina Sampaio de Pontes, que também coordena as atividades do Projeto Icatu, destacou que a intenção é ampliar a rede de monitoramento para sensibilizar a população sobre a preservação dos corpos d'água. “A intenção do projeto é levar esses resultados ao poder público para que sejam criadas ações de proteção e fiscalização desses locais, mas também fomentar novas parcerias para sensibilizar a população, produtores agrícolas, empresários sobre a necessidade de preservação e recuperação desses ambientes, bem como a importância social, econômica, ambiental, cultural desses corpos d'água”.
Após as apresentações, o grupo formado por 12 estudantes definiram quais pontos receberão acompanhamento contínuo, sendo selecionados: dois pontos de referência – ou seja, com melhor qualidade da água – em Capanema e Pérola D'Oeste; além dos pontos com pior qualidade, localizados nos municípios de Capanema e Bela Vista da Caroba; e de qualidade moderada em Planalto e Capanema. Também foi decidido sobre pontos de monitoramento nos municípios de Realeza e Pranchita.
Os interessados em participarem da experiência de monitoramento de rios pelo Projeto Icatu podem enviar e-mail para icatuprojeto@gmail.com e solicitar o agendamento de palestras e cursos sobre o tema. No perfil no Instagram @projetoicatu é possível encontrar outras ações desenvolvidas pelo projeto.
Fonte: UFFS Realeza
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